quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

BAIXO INVESTIMENTO GOVERNAMENTAL IMPEDE MELHORIAS NA EDUCAÇÃO, APONTA RELATÓRIO DA UNESCO



Pref. Juazeiro (BA)Os gastos governamentais com educação estão abaixo do necessário para possibilitar melhorias no setor em diversos países, entre eles o Brasil. É o que aponta o 11° Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, divulgado nesta quarta-feira, 29 de janeiro, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
 
O documento aponta, no Brasil, um investimento de 5,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação. Os dados apresentados no relatório são de 2011. Em tramitação no Congresso Nacionlal, o Plano Nacional de Educação (PNE) define como meta o investimento de 10% do PIB para a área nos próximos dez anos.
 
No percentual de investimento público em relação ao PIB, o Brasil ocupa a décima colocação entre os Países da América Latina e o Caribe, ficando atrás de países como Bolívia, Jamaica, Costa Rica e Argentina. Cuba está em primeiro lugar, com um percentual de investimento de 13% em relação ao PIB.
 
“Esse é um ponto, precisamos ter mais recursos, o outro é que precisamos ter uma boa gestão desses recursos, eles precisam ser geridos com prioridade. É importante que sejam canalizados para a educação básica, que precisa ser melhorada em vários países”, destaca a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero.
 
Por outro lado, a Unesco mostra que os gastos governamentais com educação aumentaram na maioria das 164 nações que assumiram as metas do compromisso Educação para Todos em 2000, subindo de 4,6% para 5,1% do PIB entre 1999 e 2011. O ideal, segundo o relatório,  é que os países alocassem para o setor pelo menos 6% do PIB.
 
Fontes privadas
Segundo o relatório, a tendência é que os recursos vindos de fontes privadas tenham queda. A publicação registra que os doadores parecem mais inclinados a reduzir do que a aumentar a ajuda nos próximos anos. E acrescenta que a educação recebe apenas 1,4% do que é destinado à ajuda humanitária.
 
SXC.huMetas
O relatório destaca que, apesar dos avanços, nenhum dos seis objetivos do Educação para Todos será conquistado globalmente até 2015, prazo final estabelecido no acordo assinado em 2000. Entre eles estão a universalização do ensino primário, a promoção das competências de aprendizagem e de vida para jovens e adultos, a redução do analfabetismo em 50% e a melhoria da qualidade da educação.
 
O pior resultado foi na meta de reduzir o analfabetismo entre adultos. Apenas 29% dos países conseguiram cumprir o compromisso. A paridade de gênero no primeiro nível do ensino secundário teve o melhor resultado – 70% dos países alcançaram a meta.
 
Analfabetismo
Segundo o relatório, dez países respondem por 72% da população mundial de analfabetos, entre eles o Brasil, a Índia, China e Etiópia. Dados de 2011 mostram que, no ranking dos dez países com o maior número de adultos analfabetos, o Brasil ocupa a oitava posição.
 
No país, a taxa de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais é 8,6%, totalizando 12,9 milhões de brasileiros, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2011. Para cumprir o compromisso assumido no Acordo de Dacar (Senegal), o Brasil deve chegar a 2015 com o índice de 6,7%.

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